Você é daqueles que, há alguns anos, conseguia passar horas lendo um livro e, hoje, não consegue se concentrar 5 minutos em um artigo na internet?
Ou que antes conseguia focar em uma atividade, mas agora tem dificuldade em fazer as entregas do trabalho no prazo pois a procrastinação foi irresistível?
Esses são alguns exemplos de como nossos cérebros mudam de acordo com as nossas experiências, o que é chamado pelos neurocientistas de “neuroplasticidade atividade-dependente”.
De forma resumida, a neuroplasticidade é a capacidade do cérebro de se adaptar a novas situações. Dizer que ela é “atividade-dependente” significa que o cérebro se ajusta de acordo com o uso das funções cognitivas e com a experiência pessoal, sendo a base biológica do aprendizado, do desenvolvimento motor e da formação de novas memórias.
É essa capacidade cerebral que explica por que uma pessoa pode se tornar ambidestra ao treinar a escrita com as duas mãos, por exemplo. Ela também explica a dificuldade de concentração que algumas pessoas passaram a enfrentar depois do uso excessivo do smartphone e das redes sociais.
Eles podem gerar um “vício de recompensas” no cérebro, que se acostuma à grande quantidade de dopamina gerada pelas notificações e pelo consumo de conteúdo rápido. Isso leva a uma fadiga mental, que impede que o cérebro tenha o senso de concluir tarefas mais longas, como ler um livro ou terminar um relatório.
Então como recuperar a capacidade de concentração que tínhamos antes? Usando a neuroplasticidade a nosso favor.
Um exercício simples para trabalhar o foco do seu cérebro é uma espécie de meditação. Durante 17 minutos, permaneça de olhos fechados e se concentre na sua respiração, no contato entre o seu corpo e o lugar em que está sentado... Enfim, preste atenção ao seu estado interno, processo chamado de interocepção.
É possível melhorar o foco com apenas uma sessão dessas, já que se diminui a carga de estímulos visuais que levam à perda de concentração – como as notificações e o feed interminável das redes sociais.
Praticar esse exercício ao longo da vida não só aumenta a produtividade, mas evita perdas cognitivas associadas à idade. 💙
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